A aprendizagem
e o ensino da Matemática são primordiais nas séries iniciais do ensino
fundamental, mas recheados de entraves pelo caminho.
A aprendizagem
em Matemática envolve desde as experiências vividas pela criança até a formação
do currículo proposto pela escola, mas está centrada basicamente no
desenvolvimento cognitivo da criança aliada às situações de aprendizagem. Desta
forma, uma primeira alternativa seria conhecer o aluno, saber a respeito de sua
vida, suas experiências, sua história, sua família, além de identificar os
conhecimentos que já possui.
Ao entrar na
escola a criança já possui conhecimentos prévios e hoje com a tecnologia
acessível, desde celulares a caixas eletrônicos, as crianças já são autônomas.
Como se colocar próximo ao aluno? Conhecendo seus limites e o que ele pode
alcançar com ajuda ou não. Se o estágio cognitivo em que a criança se encontra
não for respeitado ela não terá condições de responder aos objetivos que o
professor deseja atingir. Então, aparecem dificuldades na construção do
conhecimento lógico-matemático e o professor constata: esta criança não
aprende, não divide ou não multiplica, não compreende o que o problema está
pedindo. A dificuldade de entender os conteúdos é determinada em função da
estrutura e da disciplina que é lógica, formal e dedutiva, incompatível com o
pensamento da maioria das crianças neste nível.
Em muitas
realidades escolares, representadas através de televisão e dos jornais,
percebem- se salas de aulas superlotadas, que dificultam o trabalho do
professor e, procedimentos de ensino que estão externos ao aluno, os quais ele
não compreende. Essa falta de acesso, na escola, a materiais concretos, faz com
que a criança não entenda os processos, acarretando em dificuldades, como, por
exemplo, em segmentos específicos da Matemática: comprimento, largura, altura,
área, e volume.
Há crianças
que sabem ver a hora no celular e em relógios digitais, mas tem dificuldade em
reconhecer as horas no relógio de ponteiros, porque não entendem que a hora é
dividida em partes como um ciclo contínuo, apenas sabem decodificar os números. Faltam
experiências com os relógios de ponteiros para que a criança adquira o
significado numérico das horas. Outros problemas aparecem por devidos fatores
como distância do assunto da realidade, não uso do material correto, não
entendimento das diferentes formas de cada criança resolver um problema,
dificuldades de alfabetização que impedem a decodificação do texto do problema,
estágio cognitivo em que a criança se encontra. Há crianças que, somente
conseguem resolver problemas conforme o tipo, o modelo que foi ensinado.
Mudando-se a estruturação ou oferecendo-se outra situação, a criança não
resolve.
Por outro
lado, crianças de uma situação sócio- econômica privilegiada também podem
apresentar déficit de experiências concretas. Muitas vivem com excesso de
cuidados, presas, sem possibilidades de interagir com a natureza. Conhecem
realidades representadas pela televisão mas, não vivenciam outras brincadeiras
que não seja o computador.
Privilegia-se
no ensino e aprendizagem em Matemática o uso cultural ao algoritmo: o cálculo
mental é deixado de lado, o aluno é habituado a escrever a conta e sempre armar
o cálculo. É preciso provar o que se penso.
Quando a
criança está frente a uma situação problema, como no mercado, no ônibus, na
feira, ela não pode ele recorrer sempre a lápis e papel. Situações imediatas do
dia a dia pedem cálculo mental e a criança não pode ser dependente do cálculo
escrito. Este é um desafio a ser transposto no trabalho escolar.
EBERHARDT, I. F. N; COUTINHO C.
V. S; Dificuldades de aprendizagem em
matemática nas séries iniciais: diagnóstico e intervenções. Vivências, Rio Grande do Sul. v.7, p.62-70,
outubro/ 2011.
Enviado pela aluna: Camila Lacerda